O governo federal está considerando utilizar recursos públicos para a estratégia de ressarcimento dos valores subtraídos de aposentados e pensionistas do INSS. “Dependendo da magnitude da perda, com certeza será necessário”, disse Gilberto Waller Júnior, que foi designado presidente do instituto na quarta-feira (30.abr.2025). A administração ainda não possui um número exato de pessoas prejudicadas pelo esquema, mas acredita que ao menos 4 milhões tiveram descontos em seus benefícios. Conforme a CGU (Controladoria Geral da União), os descontos irregulares realizados entre 2019 e 2024 totalizam R$ 6,3 bilhões.
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A administração ainda não possui um número exato de pessoas prejudicadas pelo esquema, mas acredita que ao menos 4 milhões tiveram descontos em seus benefícios. Conforme a CGU (Controladoria Geral da União), os descontos irregulares realizados entre 2019 e 2024 totalizam R$ 6,3 bilhões.
Waller mencionou que o total a ser devolvido não é equivalente ao que foi estimado pela CGU. “Não são 4 milhões de pessoas, mas sim 4 milhões de benefícios. A mesma pessoa pode ter sido afetada por 2, 3, 4 instituições diferentes”, afirmou o presidente do INSS em uma entrevista ao Globo, publicada na terça-feira (6.mai).
O Planalto também está avaliando a inclusão de instituições com ampla cobertura, como os Correios e cartórios, na estratégia de restauração dos recursos retirados de aposentados e pensionistas do INSS. “Nenhum tipo de assistência está sendo descartado. Estamos buscando todas as soluções”.
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PLANO DE DEVOLUÇÃO A orientação do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) é realizar a devolução da maneira que gere menos incômodos ao usuário. Por isso, o governo está considerando diversas opções de atendimento. “A proposta é que a busca pelas pessoas afetadas ocorra por meio de nossos canais oficiais, no (aplicativo) Meu INSS, na Central 135 (por telefone) ou em alguma parceria”, declarou Waller.
Outra alternativa é a devolução através da folha de pagamento. Para o presidente do INSS, esta é a maneira mais confiável de realizar a compensação, pois não envolve intermediários. Contudo, esse processo é demorado devido à falta de um “procedimento preliminar”. O plano finalizado deverá ser aprovado pela Justiça.
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OPERAÇÃO SEM DESCONTO A PF iniciou em 23.abr.2025 a operação Sem Desconto para investigar um esquema de descontos indevidos nas aposentadorias e pensões do INSS (Instituto Nacional do Seguro Social). A operação executou 211 mandados judiciais de busca e apreensão e 6 mandados de prisão temporária no Distrito Federal e em 13 Estados.
Segundo a PF, a investigação revelou a presença de irregularidades relacionadas a descontos de mensalidades associativas aplicados sobre os benefícios previdenciários, principalmente aposentadorias e pensões concedidas pelo INSS.
O governo anunciou que em 2023 a Controladoria Geral da União (CGU) começou a investigar o crescimento do número de instituições e os valores retirados dos aposentados. A partir dessa investigação, foram efetuadas auditorias em 29 instituições que possuíam Acordos de Cooperação Técnica (ACTs) com o INSS. Também foram conduzidas entrevistas com 1.300 aposentados que tinham descontos em seus salários.
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De acordo com o governo, a CGU descobriu que as instituições não possuíam a estrutura necessária para fornecer os serviços prometidos aos beneficiários e que a maioria dos entrevistados não havia dado permissão para os descontos. A Controladoria constatou, ainda, que 70% das 29 instituições examinadas não haviam realizado a entrega da documentação exigida ao INSS.
A Polícia Federal comunicou que apreendeu veículos de alto valor, dinheiro em espécie, joias e obras de arte. Os totais e a quantidade específica ainda estão sendo apurados.
Mais cedo, às 6h30, Andrei Rodrigues, diretor-geral da Polícia Federal, e Vinícius de Carvalho, ministro da CGU, se encontraram com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) no Palácio da Alvorada para discutir a operação e as ações tomadas.
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